Saúde
Metrô de SP diminui trens e aumenta espera em plena pandemia

O Metrô de São Paulo registrou um tombo histórico em suas receitas no ano de 2020, terminando o ano com um prejuízo inédito de R$ 1,7 bilhão. O resultado é decorrente da queda do número de passageiros no sistema por causa da pandemia do coronavírus. Na crise, a empresa retirou trens de circulação e aumentou o tempo de espera nas plataformas no momento em que os passageiros precisaram estar mais distantes uns dos outros.
A retirada de trens ocorreu tanto nos intervalos entre os horários de rush quanto nas horas de pico. Os dados são do Relatório Integrado Anual Metrô, que a empresa tem de publicar em seu Portal da Transparência. A Estação da Luz, no centro de São Paulo, registrou intensas aglomerações, sobretudo, no desembarque dos trens da CPTM.
As superlotações no transporte coletivo são frequentes até mesmo durante a fase emergencial do Plano SP, com maiores restrições às atividades econômicas.
Nas últimas semanas, entre Metrô, CPTM e ônibus, aproximadamente 4 milhões de pessoas utilizam transporte coletivo por dia. O Plano SP recomenda o escalonamento de entrada e saída de funcionários em atividades essenciais para evitar a concentração nos horários de pico
Atualmente, o Metrô e a CPTM operam com a mesma frota anterior ao início da pandemia. No entanto, segundo passageiros, a manutenção das frotas não é o bastante para evitar as superlotações
O relatório, entretanto, mostra que a diminuição do uso da frota foi generalizada. No pico, a Linha 2-Verde, que opera na Avenida Paulista, rodou com oito trens a menos do que o comum (redução de 27 para 19 trens em circulação). Na Linha 3-Vermelha, a mais lotada da cidade, o governo retirou apenas três composições da linha nos picos, mas cortou o serviço de oito trens no intervalo entre os horários de rush.
Ao todo, nas Linhas 1-Azul e 3-Vermelha, houve uma redução de cerca de 17% no total de partidas diárias de trens (de cerca de mil por dia para cerca de 850) na comparação entre 2020 e 2019. Na Linha 2-Verde, a diminuição foi de 29% (de 833 para 627, em média).